sábado, 17 de setembro de 2011

Um cigarro e a solidão

No espelho só o reflexo do que eu já não reconheço. Um olhar perdido, uma mulher vazia. Como cheguei nesse ponto?
As noites escuras me tornaram assim. Vinhos e cigarros, meu olhar perdido na noite, eu em cima do telhado. Sem dormir, sem sorrir. Acordada para não sonhar. Esta era eu, sem pudor e sem esperanças. Preferia estar acordada para viver meus pesadelos reais do que dormir a sonhar com uma felicidade inalcançável.
E nos meus dias fui a procura de beijos para não ficar sozinha. Não gostava da solidão nos dias de Sol. Me apaixonava até o crepúsculo, depois fugia para meu mundo. A escuridão da noite era meu refúgio, somente eu e a luz do luar. A solidão sempre foi minha companheira.
Mas aquele dia, minha imagem no espelho me repugnou. Eu via somente uma mulher sem futuro e sem histórias. Não queria mais a solidão e muito menos o sorrir falso das pessoas que me julgavam um ser de outro mundo. Aquela noite estava linda, a lua estava deslumbrante, seria de certa forma perfeito. Fui para o telhado, e lá foi o último lugar que estive.

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